terça-feira, 18 de agosto de 2009

Entrevista de André Ventura, autor de "A Última Madrugada do Islão" ao Grandes Novidades da Literatura Portuguesa.

Infelizmente, parece que o André Ventura não vai, de todo, seguir as recomendações e as sugestões que os muitos amigos, familiares e pessoas anónimas lhe dirigiram.

Fica a entrevista na íntegra realizada pelo Daniel do Grandes Novidades da Literatura Portuguesa, em http://novidadesliteratura.no.comunidades.net/index.php?pagina=1361020019

sábado, 8 de agosto de 2009

André Ventura e "A Última Madrugada do Islão"




O meu colega e amigo André Ventura pediu-me, há cerca de dois anos, para o ajudar na divulgação on-line do seu primeiro romance Montenegro. A falta de experiência na área e a importância da mesma foram, na altura, as razões aludidas. Prontifiquei-me imediatamente a levar a cabo tal tarefa, em nome da amizade e da sincera admiração que tenho por este homem, por este escritor e por este jurista.

Hoje, passados mais de dois anos sobre esta conversa e após as duas edições do seu primeiro livro, sou eu próprio, em nome de toda a equipa que ajudou o divulgar o livro e a animar as sessões de apresentação, que venho prestar homenagem a este jovem escritor e ao livro "A Última Madrugada do Islão".

Neste momento, André Ventura é um homem só. Abandonado pela Chiado Editora (que suspendeu a edição nacional do livro), ameaçado pelo fundamentalismo islâmico e acusado de sensacionalismo, golpe publicitário e desejo de sucesso fácil, Ventura parece não ter um caminho nada fácil pela frente.

Bem sei - porque ele próprio me disse - que muitos escritores e até jornalistas lhe têm enviado cartas, conversado com ele e manifestado todas as formas de solidariedade. Mas não chega. Não chega porque esta situação é insustentável: sem o livro cá fora, todas as especulações são passíveis de ser feitas, nomeadamente sobre o conteudo "ofensivo" de A última madrugada do islão. E o circo mediático continua sem que o autor se possa, sequer, defender. Sem editora, sem livro e sob acusações baixas, a vida não parece fácil para André Ventura.

Poderia refutar os meus próprios argumentos - e os de alguma imprensa - e dizer que não. Que toda esta publicidade é boa para o livro. A prova está no interesse de editoras estrangeiras em pegar na obra. Em comentários e noticias que surgiram já no Brasil e em Espanha. Porém, não partilho este entusiasmo. O meu amigo André Ventura que me desculpe.

A publicação deste livro, por todos os mal entendidos e acusações que já transporta, vai ser ainda mais explosivo quando explorado e publicitado em mercados como o espanhol e o inglês. As comparações a Rushdie serão inevitáveis. Os resultados inevitavelmente semelhantes. O resto a história já nos contou.

É por isso que, em nome de toda a equipa que ajudou a divulgar o primeiro romance de André Ventura, e que o estima sem condições, lhe apelamos a que desista da publicação de A Última Madrugada do Islão. Pelo menos para já. Não por cobardia, como se poderá dizer. Mas pela sensatez de perceber que estas circunstâncias, que já não podemos alterar nem dominar, não auguram nada de bom nem para o autor nem para a obra.

Por agora, André Ventura é um homem só. Mas ainda vai a tempo de vencer a solidão.


Sesimbra, 8 de Agosto de 2009

Daniel Simões
Heloá A.
Sérgio Rodrigo